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Monitoramento de chuvas pode ajudar a prevenir desastres, diz pesquisador

Por Naty Gomes

Pesquisadores ligados à Universidade Federal do Sul da Bahia estão realizando o monitoramento das chuvas em quatro municípios da bacia do rio Buranhém. O projeto pretende estabelecer com mais precisão o padrão das chuvas na região e, no futuro, pode ajudar os gestores municipais e estaduais a prever com mais precisão as áreas vulneráveis a enchentes, segundo informa o coordenador do projeto, o professor Fabricio Berton Zanchi.

“Esse monitoramento é de suma importância para a nossa região”, resume Zanchi. O projeto está investigando os padrões e o índice pluviométrico das chuvas em quatro municípios que circundam a bacia do rio Buranhém: Porto Seguro, Almenara, Itaobim e Serra dos Aimorés. Os pesquisadores partiram da base de dados do Instituto Nacional de Metrologia (INMET), a fim de obter dados sobre as variações de índices pluviométricos nos municípios pesquisados, que contam com torres meteorológicas do instituto com pluviômetros acoplados. O índice pluviométrico é medido em milímetros, registrando a quantidade de chuva que cai em um determinado local diariamente. O pluviômetro é o aparelho que possibilita fazer essa medição.

Além de determinar as oscilações normais entre as estações de chuva e seca, o projeto busca entender melhor a variação imposta às chuvas por fenômenos climáticos extraordinários. A ideia é construir uma base de dados que seja útil para a região, em vários sentidos: “Gestores do poder público, executivo e legislativo poderão tomar decisões sobre: licença para construção em áreas de risco, ocupação em determinadas bacias hidrográficas que tragam riscos, além de fazerem mensuração dos índices de recursos hídricos da região, entre eles, os  índices pluviométricos para um norte na produção e melhor momento para plantios agrícolas”, explica Zanchi. “No caso de chuvas como tivemos no final do ano na região, parte desse estudo poderá ser trabalhada para entender a frequência, eventos, duração e também o total precipitado. Com isto, parte do estudo se torna importante na prevenção de enchentes.”

O pesquisador alerta, porém, que, para que a região possa, realmente, lidar com eventos extremos como os verificados em dezembro, novos investimentos em pesquisa serão necessários: “Esse estudo sozinho não tem como dar respostas precisas sobre futuras enchentes ou mesmo prever a enchente”. Ele observa que seria necessário, por exemplo, um investimento em instrumentos de previsão do tempo, incluindo imagens produzidas por satélites. “Esse estudo tem como papel principal entender os deslocamentos de massas [de ar] nas regiões do pais.”

Zanchi relata, ainda, que, durante a pesquisa, algumas dificuldades com os dados foram encontradas, em função do pequeno número de estações de medida na região e de possíveis problemas de manutenção – mais indicativos da necessidade de mais investimento em pesquisas. “Observamos um número significativo de falhas na coleta de dados por parte da estação meteorológica. Essas falhas podem ter relação com a falta de manutenção dessas estações, falha dos equipamentos e até mesmo alguma interferência externa como animais ou vandalismo”, relata. Mesmo com esses problemas, Zanchi destaca que foi possível realizar uma análise temporal das chuvas na região.

Os resultados dessa pesquisa e todas as informações sobre o Laboratório de Hidrometerologia da UFSB estarão disponíveis em breve no site da UFSB https://ufsb.edu.br/hidrometeo/publicacoes-hidrometeo

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