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Comunidade poderá monitorar rios pela internet no sul da Bahia

Por Caio Gabrig Turbay

Um projeto inovador de monitoramento ambiental via internet está sendo desenvolvido pela Universidade Federal do Sul da Bahia, em Porto Seguro. A ideia é monitorar parâmetros de qualidade da água de rios e águas costeiras e transmiti-los para o site do projeto na web, em tempo real. Com isso, qualquer pessoa terá acesso a informações ambientais dos rios e da região marinha do município. Entre os benefícios, a equipe espera o engajamento da sociedade, com a interação na internet. Isso permitirá a observação e o download dos dados coletados, com a possibilidade de inclusão de fotos e denúncias. 

O monitoramento será realizado a partir de uma rede que incorpora o recente princípio de “Internet das coisas”. Ou seja, os próprios sensores que analisam as águas estarão conectados online e transmitirão informações continuamente via wi-fi, utilizando equipamentos de baixo custo. O sistema, que conseguirá capturar parâmetros químicos e físicos da qualidade da água a cada meia hora, foi idealizado pelo professor Orlando Jorquera, do Centro de Formação em Ciências Ambientais da UFSB, em parceria com o orientando Felipe Diego de Oliveira, profissional da área de Tecnologia da Informação que se tornou mestre em Ciências e Tecnologias Ambientais pela UFSB.

Para a primeira etapa do projeto, foi escolhido o rio Buranhém, como explica o oceanógrafo Marcos Bernardes, professor da UFSB e coordenador do projeto: “A gente tem estações para medição dessa qualidade da água em campo. Se for no ambiente fluvial (rio), a gente vai ter uma estação só, que vai medir essas variáveis na coluna d’água (temperatura, salinidade, pressão etc).”

O projeto também abrangerá o ambiente marinho, explica Bernardes, com algumas adaptações: “Quando a gente chega no estuário, que é essa zona de encontro entre o rio e mar, e na única estação marinha prevista nesse momento, que é no Recife de Fora, a gente tem a intenção de fazer medições tanto na superfície da água quanto no fundo. Isso porque são regiões que a gente tem água doce, menos densa, na superfície e a água salgada, mais densa no fundo”.

As informações coletadas pelo projeto poderão indicar a presença de poluentes nas águas dos rios, como, por exemplo, esgoto doméstico sem tratamento, resíduos do lixão de Porto Seguro, defensivos agrícolas e excesso de fertilizantes em lavouras. Marcos Bernardes explica que esse monitoramento já vinha sendo feito pelo Instituto de Meio Ambiente e Recursos Hídricos da Bahia (INEMA), mas o projeto amplia as perspectivas de monitoramento: “Nós temos uma zona em que não são medidas as variáveis ambientais pelo INEMA. O ponto mais rio abaixo (no rio Buranhém) que o INEMA mede é na ponte que liga Arraial e Trancoso à BR 367. Então, para toda essa região, de lá até o estuário, não há medições regulares do INEMA e nem o município faz essas medições”.

Bernardes também chama a atenção para o fato de o INEMA realizar medições bimestrais, as quais foram interrompidas durante a pandemia: “Nosso sistema permitirá uma medição contínua, sem prazo para terminar”. 

A região sul da Bahia sofre com problemas ambientais. A relação das prefeituras e de outros órgãos governamentais com as águas nem sempre é satisfatória. A equipe do projeto espera que haja um engajamento maior da sociedade e que os dados deem suporte aos órgãos de fiscalização ambiental.

As informações sobre o projeto, intitulado “Rede de Monitoramento de qualidade da água via internet das coisas (EcoIOT)”, serão divulgadas inicialmente no perfil do EcoIoT no Instagram: https://www.instagram.com/ecoiotufsb/?utm_medium=copy_link

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