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Projeto busca introduzir o geoturismo no sul da Bahia

Por Beatriz Viana*

Porto Seguro já é visitada por suas praias, pelo patrimônio histórico e natural e pela diversidade cultural. Agora, um projeto de pesquisadores da Universidade Federal do Sul da Bahia busca fazer os turistas se interessarem também pelo patrimônio geológico da região sul da Bahia.

O projeto de extensão “Geoturismo no Sul da Bahia” é coordenado pela oceanógrafa Tatiana Dadalto, professora da Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB) em Porto Seguro. O geoturismo é caracterizado principalmente pela valorização e conservação da geodiversidade, segundo ela: “O geoturismo vai ser baseado na geodiversidade. Geodiversidade é o conjunto de características, de sistemas, processos geológicos, geomorfológicos e do solo que estão juntos em um ambiente”.

Em sua primeira etapa, o projeto buscará organizar painéis que informarão aos turistas sobre as características geológicas de determinados locais, como as falésias ou mirantes. “São vários elementos que deixam nossa paisagem bonita, mas que têm toda uma história geológica por trás. Então, a nossa ideia é fazer uma leitura que seja acessível ao público visitante, trazendo elementos científicos”, explica Dadalto. “A gente, aqui em Porto Seguro, está numa formação geológica que é muito antiga, e que tem uma organização, uma história: de quais processos climáticos, variações climáticas, quais os processos naturais aconteceram pra formar aqueles depósitos, e a história mais recente desses depósitos, que foi quando eles foram erodidos pra formar falésias, tem a ver com a elevação do nível do mar.”

Num primeiro momento, os painéis serão digitais – acessados pelos visitantes interessados a partir da rede social Instagram ou por meio de um QR code. No futuro, a oceanógrafa espera que sejam instaladas placas nos locais. Ela dá um exemplo de informação geológica que é exposta aos turistas na capital baiana: “Tem uma placa do projeto Caminhos Geológicos da Bahia bem bonita em Salvador que explica por que a gente tem aquela diferença de relevo do Elevador Lacerda. Ali tem uma falha geológica que deslocou porções diferentes das rochas formando um relevo e paisagem tão peculiares”. “Então a ideia é que a placa traga esse tipo de explicação científica, bem fácil de entender.”

Dadalto explica que se inspira no Projeto Caminhos Geológicos, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). “Vários professores e pesquisadores se juntaram para trabalhar nessa intenção, de divulgar o patrimônio geológico do estado do Rio de Janeiro”, explica.

A oceanógrafa percebe um grande potencial educativo no geoturismo. “Divulgar a ciência, divulgar a história natural sensibiliza as pessoas para a conservação e para fomentar um turismo sustentável”, diz ela. “A gente acredita que o nosso projeto é muito importante para que o turismo predatório seja cada vez mais diminuído e dê lugar para um turismo mais sustentável; um turismo que vai respeitar a comunidade, respeitar a história, respeitar a cultura e respeitar o meio ambiente.”

Futuramente, o projeto prevê também a realização de oficinas junto às comunidades interessadas em entender melhor o patrimônio geológico local. Por enquanto, o projeto está montando uma base de dados com os estudos científicos disponíveis sobre a região, que são escassos, segundo ela: “Tem muito da história natural que a gente quer contar que não tem a informação científica”. “Esse momento de pesquisa é um momento muito importante para nosso projeto, também por esse desafio, de não ter tantos dados como a gente gostaria. Mas existem vários trabalhos que apontam características naturais muito importantes que a gente vai organizar, inventariar e formar uma base de dados que permita a gente sistematizar essa história natural dos ambientes que a gente quer apontar como ambientes com potencial geoturístico.”

Num primeiro momento, a equipe estudou os dados disponíveis sobre dois pontos: a praia da Pitinga, em Arraial D’ajuda, e o centro histórico de Porto Seguro. Posteriormente, segundo Dadalto, a região do rio Buranhém próxima à Tarifa também foi incluído na pesquisa.  Mais informações sobre o trabalho serão divulgadas por meio do Instagram do curso de Oceanografia da UFSB: https://instagram.com/oceanologia_ufsb?utm_medium=copy_link

*apuração adicional: Spensy Pimentel

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